sábado, 5 de março de 2011

Fauna portuguesa em perigo de extinção

A perda de biodiversidade em Portugal é elevada, o que significa que um número cada vez maior de espécies se encontra em vias de extinção. 42% das espécies de vertebrados estão ameaçadas e são os peixes de água doce e migradores que enfrentam as maiores dificuldades de sobrevivência. No nosso país, 19 espécies, 17 das quais aves, já foram extintas. Entre elas encontram-se o esturjão, o urso pardo e o falcão-da-rainha. A águia pesqueira está em perigo de desaparecer definitivamente porque só existe um macho no Sudeste alentejano. A cabra montês, por seu turno, reapareceu no Parque Nacional da Peneda-Gerês devido às medidas tomadas pela Galiza para o repovoamento da espécie e o esquilo, cuja situação há alguns anos atrás era preocupante, atingiu entretanto populações estáveis.

69% dos peixes, 38% das aves, 32% dos répteis, 19% dos anfíbios e 26% dos mamíferos estão em risco!
A destruição, a fragmentação ou a deterioração dos habitats são os factores que ameaçam a biodiversidade portuguesa e as estruturas edificadas pelo homem encontram-se na origem desta perda de território essencial para as espécies. Há, porém, outras ameaças que se têm mantido ao longo dos anos: a perseguição humana, as espécies invasoras, as doenças e os atropelamentos. O facto de existirem populações isoladas, também aumenta a sua probabilidade de extinção.

Mostro-vos agora, alguns exemplares em risco de extinção...
Abutre preto   Aegypius monachus
Encontramos esta espécie sobretudo na zona fronteiriça do Alentejo e Beira Baixa. Apesar de cerca de uma centena frequentar território nacional, não há registo de terem nidificado com sucesso, embora tenham construído plataformas para o efeito.

Aguia-imperial   Aquila adalberti 
Muito rara. A nível mundial só existe no sudoeste da Península Ibérica. A destruição dos seus habitats deve-se, por exemplo, à substituição dos bosques por pinheiros e eucaliptos, o que faz com já só haja menos de meia dezena de águias imperiais entre nós.


Cabra montês   Capra pyrenaica
Desapareceu do Gerês no final do século XIX, mas a Galiza apostou na protecção da espécie. Em 1999, reapareceu em Portugal. Encontramo-la em zonas montanhosas rochosas, florestas e matos temperados.

Cágado-de-carapaça-estriada   Emys orbicularis
Não se sabe ao certo quantos existem e, geralmente, são vistos isolados ou em pequenas populações. Estas encontram-se na zona de Vila Verde e na área do Douro Internacional. As zonas mais importantes para a espécie são os rios Mira, Arade e Guadiana.




Freira-da-madeira   Pterodroma madeira
Nidifica na parte oriental do maciço montanhoso central da ilha da Madeira e ainda existe devido aos esforços de conservação feitos pelo Parque Natural da ilha. A população deve variar entre os 60 a 75 casais reprodutores.

Lince-ibérico   Lynx pardinus
O declínio do lince ibérico é acentuado, sendo considerado uma espécie em pré-extinção. Embora se encontrem indicações da sua presença em Portugal, não há provas de aqui ainda residam alguns.

Lobo marinho   Monachus monachus
Esta espécie está circunscrita às Ilhas Desertas e Madeira. Nas últimas décadas, perdeu 80% da sua população. Considera-se que existam, actualmente, 25 animais, que habitam zonas de profundidade superior a seis metros.

Lobo   Canis lupus
Distribui-se pela região centro-este, em zonas de fronteira com Espanha. A destruição do seu  habitat e a injusta má fama puseram-no seriamente em risco de extinção entre nós. Já desapareceu no Alentejo, havendo apenas cinco populações com poucos indivíduos, em regiões montanhosas - Gerês, Alvão, Bragança, Montemuro e Malcata – onde a destruição é menor e o Homem tem menos facilidade de acesso.


Saramugo   Anaecypris hispanica
Este peixe ocorre apenas na bacia hidrográfica do rio Guadiana, em pequenos cursos de água de carácter intermitente, pouco profundos, vegetação aquática e fundos pedregosos.

Víbora-de-seoane   Vipera seoanei
Esta espécie existe no Minho e Trás-os-Montes. Encontra-se em zonas de lameiros, pastagens, prados e matagais. A perda de habitat e a repulsa que provoca nos humanos contribuem para a 


Para os mais interessados sobre o assunto, consultem o Livro Vermelho, da Assírio e Alvim e a Lista Vermelha de espécies ameaçadas, publicada anualmente pela União Internacional para a Conservação (UICN).

2 comentários:

  1. OK.
    Culpa nossa!
    Aqui na zona tenho dado conta que a passarada tem vindo a desaparecer.
    Quanto aos esquilos, a meia duzia de anos regressaram, mas e há sempre um mas,somos um país de caçadores,(não entendo como é pocivel serem tantos) e a maioria mata por matar, não quer saber o que mata, se está ou não em vias de extinção, o que lhes dá prazer é matar, como já mataram todos os coelhos, tordos e rolas...
    Matam os gaios as pegas os esquilos corvos ou águias, todo o que meche serve para matar, a ancia é tão grande que até sobre os próprios cães disparam.
    enquanto não acabarem com este flagelo não há fauna que resista.
    Já era tempo de acabarem com a caça ou pelo menos acabem com as armas de fogo, querem caçar, osem o cajado ou uma fisga.

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  2. Revolta-me imenso ver que estes magníficos animais podem deixar de existir no nosso país e revolta-me ainda mais o facto de saber que isto está a acontecer apenas por culpa nossa... gostava imenso de poder fazer algo para travar esta extinção que se avizinha... não podemos ficar de braços cruzados enquanto estas espécies desaparecem, se fomos nós que fizemos com que elas começassem a desaparecer poderemos também nós fazer com que o número de animais volte a crescer para contrariar esta tendência desastrosa. Como podemos contribuir?

    Joel Wojciechowski, Viana do Castelo

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