quarta-feira, 23 de março de 2011

Esquilo-voador – Mais pára-quedista que aviador!

Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem:
Rodentia
Família: Sciuridae

Características Gerais
Comprimento: 25 cm. incluindo a cauda
Patas dianteiras: 4 dedos
Patas traseiras: 5 dedos com garras curvas e afiadas, cobertas de pêlo
Existem cerca de 40 espécies


Os esquilos-voadores, na verdade, não voam, até porque não têm asas, mas são peritos em planar. Pois é isso mesmo que fazem, para se deslocarem do topo de uma árvore ao de outra. Pulam da copa das árvores, esticando as pernas e, desse modo, abrindo as membranas que têm junto de cada lado do corpo, que se chamam patágios, fazendo lembrar uma capa resistente que sabe aproveitar as correntes de ar para se deslocar no ar sem cair nas malhas da gravidade. O patágio funciona como pára-quedas. O esquilo-voador não cai no chão de qualquer jeito. Ele usa a cauda como leme. Por isso, controla perfeitamente a direcção do seu vôo até ao ponto escolhido para a aterragem. A cauda também fica esticada e é usada como travão na hora da aterragem. 


A trajectória do esquilo-voador é para baixo, depois na horizontal e finalmente para cima. Têm sido registados vôos planados de mais de 45m. Um ponto de partida alto torna possível um vôo longo. 
 
Mas os esquilos voadores muito raramente descem ao solo, pois a sua membrana não lhes permite uma boa locomoção, deixando-os bastante vulneráveis a predadores.
Estes são animais nocturnos, tendo para tal olhos grandes e bem desenvolvidos.  
Alimentam-se de bagas, ovos de aves, cogumelos, insectos, nozes e também de aves jovens. 

sábado, 5 de março de 2011

Fauna portuguesa em perigo de extinção

A perda de biodiversidade em Portugal é elevada, o que significa que um número cada vez maior de espécies se encontra em vias de extinção. 42% das espécies de vertebrados estão ameaçadas e são os peixes de água doce e migradores que enfrentam as maiores dificuldades de sobrevivência. No nosso país, 19 espécies, 17 das quais aves, já foram extintas. Entre elas encontram-se o esturjão, o urso pardo e o falcão-da-rainha. A águia pesqueira está em perigo de desaparecer definitivamente porque só existe um macho no Sudeste alentejano. A cabra montês, por seu turno, reapareceu no Parque Nacional da Peneda-Gerês devido às medidas tomadas pela Galiza para o repovoamento da espécie e o esquilo, cuja situação há alguns anos atrás era preocupante, atingiu entretanto populações estáveis.

69% dos peixes, 38% das aves, 32% dos répteis, 19% dos anfíbios e 26% dos mamíferos estão em risco!
A destruição, a fragmentação ou a deterioração dos habitats são os factores que ameaçam a biodiversidade portuguesa e as estruturas edificadas pelo homem encontram-se na origem desta perda de território essencial para as espécies. Há, porém, outras ameaças que se têm mantido ao longo dos anos: a perseguição humana, as espécies invasoras, as doenças e os atropelamentos. O facto de existirem populações isoladas, também aumenta a sua probabilidade de extinção.

Mostro-vos agora, alguns exemplares em risco de extinção...
Abutre preto   Aegypius monachus
Encontramos esta espécie sobretudo na zona fronteiriça do Alentejo e Beira Baixa. Apesar de cerca de uma centena frequentar território nacional, não há registo de terem nidificado com sucesso, embora tenham construído plataformas para o efeito.

Aguia-imperial   Aquila adalberti 
Muito rara. A nível mundial só existe no sudoeste da Península Ibérica. A destruição dos seus habitats deve-se, por exemplo, à substituição dos bosques por pinheiros e eucaliptos, o que faz com já só haja menos de meia dezena de águias imperiais entre nós.


Cabra montês   Capra pyrenaica
Desapareceu do Gerês no final do século XIX, mas a Galiza apostou na protecção da espécie. Em 1999, reapareceu em Portugal. Encontramo-la em zonas montanhosas rochosas, florestas e matos temperados.

Cágado-de-carapaça-estriada   Emys orbicularis
Não se sabe ao certo quantos existem e, geralmente, são vistos isolados ou em pequenas populações. Estas encontram-se na zona de Vila Verde e na área do Douro Internacional. As zonas mais importantes para a espécie são os rios Mira, Arade e Guadiana.




Freira-da-madeira   Pterodroma madeira
Nidifica na parte oriental do maciço montanhoso central da ilha da Madeira e ainda existe devido aos esforços de conservação feitos pelo Parque Natural da ilha. A população deve variar entre os 60 a 75 casais reprodutores.

Lince-ibérico   Lynx pardinus
O declínio do lince ibérico é acentuado, sendo considerado uma espécie em pré-extinção. Embora se encontrem indicações da sua presença em Portugal, não há provas de aqui ainda residam alguns.

Lobo marinho   Monachus monachus
Esta espécie está circunscrita às Ilhas Desertas e Madeira. Nas últimas décadas, perdeu 80% da sua população. Considera-se que existam, actualmente, 25 animais, que habitam zonas de profundidade superior a seis metros.

Lobo   Canis lupus
Distribui-se pela região centro-este, em zonas de fronteira com Espanha. A destruição do seu  habitat e a injusta má fama puseram-no seriamente em risco de extinção entre nós. Já desapareceu no Alentejo, havendo apenas cinco populações com poucos indivíduos, em regiões montanhosas - Gerês, Alvão, Bragança, Montemuro e Malcata – onde a destruição é menor e o Homem tem menos facilidade de acesso.


Saramugo   Anaecypris hispanica
Este peixe ocorre apenas na bacia hidrográfica do rio Guadiana, em pequenos cursos de água de carácter intermitente, pouco profundos, vegetação aquática e fundos pedregosos.

Víbora-de-seoane   Vipera seoanei
Esta espécie existe no Minho e Trás-os-Montes. Encontra-se em zonas de lameiros, pastagens, prados e matagais. A perda de habitat e a repulsa que provoca nos humanos contribuem para a 


Para os mais interessados sobre o assunto, consultem o Livro Vermelho, da Assírio e Alvim e a Lista Vermelha de espécies ameaçadas, publicada anualmente pela União Internacional para a Conservação (UICN).

terça-feira, 1 de março de 2011

A imponência de um pavão

Os pavões são aves que encantam pela sua extrema beleza. Esta espécie é originária do Subcontinente indiano (Índia, Sri Lanca, Paquistão e Bangladesh), mas é, actualmente, mantida em cativeiro em muitas partes do Mundo. Os pavões-azuis em liberdade vivem em florestas abertas, florestas secundárias, pomares e campos de cultivo próximo de povoações, até aos 2000 metros de altitude. O pavão era considerado, em tempos muito antigos, como uma espécie de ser ou animal sagrado, existindo penas muito duras (condenação à morte) para aqueles que se atrevessem a ferir ou a matar uma ave desta espécie. 


Basta olharmos para o pavão-azul, que imediatamente nos encantamos com a sua cauda de cores e detalhes tão intensos. Não esqueçam que esta ave usa a sua beleza para chamar a atenção das fêmeas, e é claro, com esta atitude tem a clara intenção de promover o acasalamento. Durante este período ele emite sons estridentes dia e noite, por isso a sua permanência em ambientes muito habitados é bastante inconveniente.


Estes são animais que procuram alimento em pequenos bandos. Fora da época de nidificação, as fêmeas com crias separam-se dos machos. Gostam de se alimentar de sementes de plantas de cultivo, de bagas, figos silvestres, insectos, pequenos répteis e pequenos mamíferos.

O pavão-azul é considerado uma ave tipicamente ornamental, por este motivo ela pode ser facilmente encontrada em ambientes públicos como jardins, parques e praças repletas de árvores e extensas áreas verdes. Estas belas aves curiosas não são de fácil domesticação, gostam de lutas e não têm por habito a vida em grupos, preferindo o isolamento. Os seus sons  não são nada agradáveis e podem ser ouvidos a longas distâncias, mesmo quando estão fora do nosso campo de visão, eles usam os sons como uma espécie de alarme para avisar sobre a presença de estranhos, predadores, etc. As fêmeas costumam ser muito mais discretas, e isto inclui a sua plumagem de cores menos intensas, mas de grande beleza. Elas utilizam o seu leque apenas para a defesa do seu ninho espantando os predadores dos seus filhotes.


Os pavões-azuis têm esse nome devido ao azul intenso de parte do seu corpo, que parece ser brilhante ou fluorescente, ressaltando ainda mais em contraste com o seu leque colorido. À noite, o pavão prefere proteger-se em cima de árvores ou arbustos um pouco mais altos. De lá, ele emite os sons estridentes avisando as demais aves sobre a aproximação de predadores. A sua fama de conflituoso dá-se em função de seu instinto puramente territorial… Do género, “Meu Território, Minhas Regras!”. Exige através da luta árdua o afastamento do outro macho, especialmente se ele for da mesma espécie. Em caso de perder a batalha ele retira-se indo em busca de um novo território que possa ser somente seu, ainda que tenha que lutar novamente por isso.

  
Curiosidade
- A espécie não está globalmente ameaçada (segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza) e é muito comum em cativeiro, a nível mundial.
 - Um pavão pode viver cerca de 30 anos, e medir cerca de 2 metros.