domingo, 20 de dezembro de 2009

Vanessa atalanta, uma borboleta de Portugal...

Durante os meses mais frios, o Almirante Vermelho migra para paragens mais agradáveis e pode chegar a percorrer mais de 3000 km para encontrar um ambiente mais favorável à sua sobrevivência. Esta, é uma espécie Paleártica presente na Europa meridional, no Norte de África, na Macaronésia e na Ásia (até ao Irão). Recentemente foi introduzida em várias regiões, desde o Canadá ao Hawai e à Nova Zelândia. Em Portugal é bastante frequente e pode ser observada em todo o País. Os adultos preferem espaços abertos com flores, desde charcos a bosques, prados, jardins e florestas pouco densas. É mais frequente nas zonas baixas, mas pode ser encontrada desde as regiões costeiras até ao topo da Serra da Estrela.


Cores e Alimentação

O Almirante Vermelho usa eficazes técnicas de camuflagem para passar despercebido aos seus predadores, sobretudo às aves. Quando pousa em campo aberto e em terreno rochoso fecha as asas, "desaparecendo" com a ajuda das cores variadas da face inferior - ocres, cinzentos e castanhos. Em locais com flores mantém as asas abertas, confundindo-se assim com a colorida paisagem envolvente. A denominação Almirante Vermelho deve-se às bandas coloridas que fazem lembrar as divisas do uniforme naval americano. No Inverno, devido ao frio, as borboletas costumam ser mais pequenas e mais baças, ao contrário das borboletas que voam durante os meses de Verão, que são maiores e mais brilhantes. Na sua fase adulta, a Vanessa atalanta pode ser encontrada a voar próximo dos seus alimentos preferidos - frutos em fermentação, dejectos, seiva das árvores e néctar de flores. As lagartas possuem tons do amarelo ao negro e espinhos ramificados, que lhe servem de protecção. Vivem sobre urtigas (Urtica spp.) e parietárias (Parietaria spp.) e são bastante vorazes.




Comportamento e Reprodução
Os machos são muito territoriais e patrulham incessantemente os seus territórios, dando dezenas de voltas por hora, à espera de encontrarem uma parceira. Os machos invasores são energicamente repelidos através de voos acrobáticos.

O Almirante Vermelho e o Homem

O aspecto estético do Almirante Vermelho e o seu comportamento antrópico (associação com o homem) têm contribuído para a sua protecção. Muitas vezes são as borboletas que se aproximam.Se quiser atraía-las ao seu jardim, plante urtigas num local com alguma sombra e humidade. Num recanto plante Budleias, um arbusto muito interessante para atrair esta e outras espécies.
A lagarta é fácil de manter dentro de casa, em contentores de plástico ou em jarras de vidro, desde que ventilados.


Conservação

Esta espécie não se encontra ameaçada. Como é fortemente migradora, possui notável capacidade de adaptação a vários tipos de habitat. No entanto, porque a lagarta se alimenta de plantas pouco populares - as urtigas - muitas vezes o seu habitat é destruído, o que faz reduzir drasticamente algumas populações.Se quiser continuar a usufruir da companhia desta magnífica espécie, não deixe destruir os urtigais que se encontram nas margens dos campos e na orla de certos ribeiros.


[Rita Caré e Ernestino Maravalhas]

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Jacaré-Açu

O jacaré-açu, conhecido também como jacaré-preto e jacaré-gigante habita a bacia Amazónica. Este belo exemplar chega a atingir os seis metros de comprimento e a pesar 350 quilos, sendo o maior dos jacarés sul-americanos e atingindo uma longevidade que pode alcançar os 100 anos.


Este jacarés como todos os outros são animais que causam sentimentos de repudia, sendo geralmente animais pouco atractivos por despertarem nas pessoas sentimentos de medo. Mas ao contrário do que muitas pessoas pensam…Os jacarés são muito importantes! São ecologicamente importantes, sendo responsáveis pelo controle biológico de outras espécies animais ao se alimentarem dos indivíduos mais fracos, velhos e doentes, que não conseguem escapar ao seu ataque. Também controlam as populações de insectos e de gastrópodes transmissores de doenças e as suas fezes servem ainda de alimento a peixes e a outros seres vivos aquáticos.

Admirados?!


Muitos pensam também que os jacarés comem pessoas, mas não…devido ao seu metabolismo lento alimentam-se relativamente pouco e geralmente de animais pequenos (comendo apenas cerca de 400g de alimento por dia!).

Curiosidade:

Hoje, autoridades, cientistas e ambientalistas defendem a caça controlada ao jacaré, temendo uma superpopulação deste réptil. E a primeira investida oficial, neste sentido, já está sendo dada na Reserva Extrativista Mamirauá, no Estado do Amazonas, onde se estima que só de jacaré-açu existam dois milhões de exemplares. Há relatos de que na primeira metade do século XX, em decorrência de uma superpopulação de jacarés no Município de Alenquer, no Pará, o povo local reunia-se para matar os répteis à paulada, que era chamada de “batição”. Consta que nessa época era comum na localidade ver pessoas com pernas, braços e outras partes do corpo amputados por causa das mordidelas destes jacarés.