quarta-feira, 24 de novembro de 2010

As grandes migrações

Migração é o movimento, em larga escala, de uma espécie animal de um lugar para outro. As migrações estão geralmente associadas a mudanças sazonais de clima e a padrões de alimentação, ou padrões de acasalamento e procriação.

Uma migração de animais é um fenómeno com uma estruturação superior à de uma simples deslocação. Os animais mantém-se focados na sua missão, sem ceder a tentações ou à desmotivação… É impressionante!

Há poucas visões mais majestosas do que a de uma migração animal em massa. Já imaginaram milhares de borboletas monarca aninhando-se nas árvores ou dezenas de gnus correndo pelas planícies africanas? São imagens realmente belas e impressionantes. 

borboletas monarca

Migração de Gnus

Para os animais, essas migrações são cruciais para a sobrevivência da sua espécie. Por exemplo, os gnus percorrem as planícies africanas em busca de água. Quando as fontes de água se esgotam, eles encaminham-se para as savanas em busca de alimento e de mais água.

Mas, perguntam-se vocês… Como se orientam estes animais?


Os métodos que os animais empregam para encontrar as suas rotas de migração são, na minha opinião, bem mais interessantes do que um sistema GPS. Alguns de seus métodos de navegação são tão estranhos que nem mesmo nós conseguimos compreende-los. A orientação dos animais dá-se, aparentemente, por diversas formas: alguns utilizam o Sol como bússola, o que é um problema complexo, outros utilizam reparos visuais, outros guiam-se pela lua e pelas estrelas, pelo faro, pelo clima ou até mesmo pelo campo magnético terrestre que consegue ser detectado por algumas espécies animais. Por exemplo, as crias de tartarugas marinhas são capazes de encontrar o seu caminho numa rota de migração de quase 13 mil quilómetros na primeira vez que a percorrem. Os cientistas desviaram algumas tartarugas do curso, mas elas conseguiram voltar ao caminho certo sem grandes dificuldades.

Sabem, eu hoje consigo ver as migrações de uma forma diferente... e em vez de dizer: “que bonito…”, digo: “Força, tu consegues!  Vai! Estarei a torcer por ti, amigo!”

Ed Grabianowski

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Sempre de sentinela! Conheçe o mundo das suricatas...

As suricatas são mamíferos pertencentes à família Herpestidae. Apresentam corpo esguio, focinho pontiagudo e possuem manchas negras em torno dos olhos. A pelagem é castanha e apresenta riscas negras na parte terminal do dorso; a extremidade da cauda é negra. Possuem, ainda, longas garras, nas patas dianteiras. Eles alimentam-se principalmente de aracnídeos e insectos, mas também de ratos, pequenos répteis, ovos e crias de pássaros.

Esta espécie é endémica das regiões secas do sul de África, e vive em grupos de 20 a 30 indivíduos, em que sobressai um par dominante e os seus respectivos descendentes. Os elementos constituintes de cada grupo são muito amistosos: “abraçam-se” e cuidam mutuamente da pelagem com frequência. Apesar de existir alguma especialização dos elementos de cada grupo nas várias áreas, tais como, a segurança, a defesa, a marcação de território, o “baby-sitting” e a liderança, existe também uma enorme entreajuda e uma regular rotatividade de tarefas, que os indivíduos aceitam tranquilamente. As suricatas estão em comunicação constante entre si e possuem várias vocalizações, inclusive sons diferentes para predadores aéreos e terrestres. São relativamente dóceis para com o Homem, sendo muitas vezes mantidas em quintas, na África do Sul, como caçadoras de roedores.

Esta espécie possui hábitos diurnos, gastando a maior parte do tempo em busca de alimento e na construção de abrigos, utilizando-se das patas dianteiras para cavar. Um facto curioso é que enquanto o grupo está em actividade ou em repouso, há sempre 01 ou 02 indivíduos de vigia, apoiados em suas patas traseiras e base da cauda, geralmente no local mais alto que encontram. Observam tudo que ocorre à sua volta, como por exemplo, a aproximação de algum outro animal perigoso ao grupo. Quando percebem que o perigo está eminente, emitem um estridente grito de alarme para avisar os seus companheiros de que se devem refugiar de imediato na toca ou noutro esconderijo que esteja próximo. 










E porque esta é uma actividade diária, estes cautelosos animais, apesar da vigilância das sentinelas, movem-se sobre os seus membros posteriores para melhor controlo da situação. Esta sua pose típica é bastante divertida, o que os torna em centros de atracção nos jardins zoológicos e motivo de inúmeras fotografias.

O suricata é também bem conhecido pelas crianças por ter sido o personagem “Timão” que fez dupla com o javali “Pumba” numa das mais famosas produções da Disney: “O Rei Leão”.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Um recanto de magia – Lagoa de Santo André

Caros seguidores e amantes da natureza, hoje quero-vos dar a conhecer a maior lagoa do Litoral Alentejano, a Lagoa de Santo André!

A Lagoa de Santo André é um dos mais belos locais com que a natureza nos brindou. O extenso lençol de água, ladeado de dunas de grãos de areia dourada e uma avifauna riquíssima e diversificada tornam a meu ver, este local mágico.

Votada ao abandono durante alguns anos, só recentemente começou a ser cobiçada por diversas entidades. No ano 2000, foi finalmente criada a Reserva Natural da Lagoa de Santo André, de modo a conservar esta zona húmida de elevado valor ecológico, uma vez que é um local importante de passagem e invernada de diversas espécies com relevo para o galeirão (Fulica atra).

Galeirão (Fulica atra)

De entre as actividades humanas que aqui se praticam, a pesca é, a meu ver, a mais emblemática. Os barcos usados são a remos e o principal objectivo dos pescadores é a captura de enguias (Anguilla anguilla) que integram nos pratos da gastronomia típica da região.







Desprezada por muitos, é hoje procurada como “objecto” para geração de lucro fácil por parte de várias empresas que se dizem amigas do ambiente. É necessário salvar o Ecoturismo destas empresas que têm apenas como objectivo o lucro, esquecendo-se das populações locais e da conservação do meio ambiente e da biodiversidade.

Este local é constituído por paisagens únicas, donas de uma luminosidade muito própria e encantadora.

Cada vez que passo por aqui, apaixono-me… e sonho. Esta lagoa é minha conselheira...E um dos meus desejos é que as gerações vindouras tenham o prazer de contemplá-la como eu tive.

Lagoa de Santo André, a pérola da Costa Alentejana!