terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Viúva-negra-mediterrânica

A Latrodectus tredecimguttatus, mais conhecida como viúva-negra-mediterrânica não é propriamente uma espécie comum, mas distribui-se por todo o território de Norte a Sul e do interior ao litoral. É uma espécie de hábitos refundidos pelo que é pouco vista. Nativa da Madeira, nativa de Portugal Continental, habita dunas e areais, matagais, montados localizando-se em locais áridos ou ensolarados, frequentemente com vegetação baixa ou sem vegetação, embora possa surgir em áreas com arbustos mais densos. No solo, prefere ficar debaixo de pedras e em arbustos. Os machos adultos podem ser encontrados em todos os locais quando se deslocam em busca de fêmeas. 


Esta espécie possui uma carapaça negra brilhante. As fêmeas podem fazer até 8 posturas num ano com um número de ovos muito variável entre os 80 e 250 ovos em cada postura. Esta é envolta numa ooteca esférica com cerca de 15mm de diâmetro, de seda branca ou amarelada. As posturas são realizadas normalmente entre Junho e Outubro e o período de incubação é muito variável entre 15 dias a vários meses dependendo das condições de temperatura e da época do ano. As pequenas aranhas atingem a maturidade ao fim de 4 a 12 meses.


As teias têm a estrutura normal da família com um esconderijo, uma teia de captura e um emaranhado de fios de suporte e alarme que podem também servir como fios de captura. O esconderijo é simples e geralmente situa-se perto do solo ou mesmo debaixo de pedras frequentemente disfarçado com restos de presas e outros detritos. A teia de captura pode estar a uns 20 cm de altura desde o solo e dela saem inúmeros fios de suporte, entre os quais alguns directos ao solo com pequenas gotas de seda líquida muito pegajosa que servem para captura de animais que se deslocam no solo.


Esta viúva-negra alimenta-se principalmente de insectos predando com frequência formigas e coleópteros mas pode predar qualquer pequeno animal que passe pela teia como escorpiões, aranhas, centopeias, etc.
A captura é feita com uma seda muito pegajosa e muito forte que cola nas presas com as patas traseiras. Quando a presa começa a ficar enleada, a aranha, eleva-a esticando fios de seda e frequentemente isola-a do resto da teia cortando os fios em redor. Por esta altura tenta procurar uma extremidade como uma pata ou uma antena, se possível, e aplica uma picada com um veneno forte e paralisante. Segue-se um reforço de seda e aguarda que a presa fique atordoada. Só nessa altura se aproxima com mais confiança. esta seda pegajosa é igualmente usada como mecanismo de defesa. Se se sentir perturbada, a aranha lança pequenos jactos de seda que rapidamente se colam e se enleiam no potencial inimigo.

Esta é uma espécie algo tolerante, não sendo particularmente agressiva, no entanto está dotada de um veneno potente quer para as suas presas, quer para os seus potenciais inimigos.
Em caso de picada, o efeito pode ser muito variável e a própria aranha pode injectar quantidades variáveis de veneno. Os efeitos nos insectos são de paralesia, nos seres humanos pode provocar dor intensa, feridas no local da picada, contracção dos músculos, particularmente abdominais (provocando uma situação complicada de rigidez abdominal que, além da dor, dificulta a respiração), faciais (provocando uma expressão característica chamada de facies latrodectismica) e penianos (provocando o priapismo), aceleração cardíaca, hipertensão, oliguria, suores, cãbrias e paralesias parciais temporárias.



Nota: Esta espécie encontra-se na lista de espécies perigosas de Portugal "Espécie com veneno capaz de produzir situações de extremo desconforto ou dor durante períodos de tempo consideráveis" pelo que é completamente desaconselhado o seu manuseio sem as devidas precauções.



Fonte: Adaptado de Naturdata

Sem comentários:

Enviar um comentário